segunda-feira, julho 15, 2013

Um novo olhar sobre São Paulo


UM NOVO OLHAR SOBRE SÃO PAULO




Hoje foi um dia muito diferente pra mim.
Levantei antes das 6:00hs da manhã, ainda estava escuro.
Tinha consulta no oftalmo, na Móoca, precisava chegar às 7:10hs lá.
Vi o itinerário que no postinho me passou e peguei um ônibus, metrô e depois outro ônibus, todos lotados.
Fiquei reclamando mentalmente. Puxa precisava me encaminhar a um local tão longe de casa e tão cedo?
Cheguei no local, e estava lotado. Pensei. Vou ficar o dia todo aqui pra ser atendida. Mas pra minha surpresa, apesar da quantidade enorme de pessoas, não demorou muito pra ser atendida na primeira consulta e depois na segunda consulta com o médico. Um senhor de cabelos brancos, de olhar tranquilo, que examinou meus olhos e prescreveu os graus dos óculos que tenho que usar.
Sai de lá achando que apesar de longe, valeu a pena ir até lá.
Depois fui pegar um ônibus no sentido centro, já que precisava passar em outro local para pegar encaminhamento pro ortopedista.
O ônibus demorou pra chegar, mas pelo menos, tinha lugar pra todos sentarem. Quando cheguei no Parque D. Pedro II, tive que andar um bom trecho pra chegar em outro ponto pra pegar o Terminal Lapa, mas errei o caminho e me deparei com o prédio do Centro Cultural do Banco do Brasil, lá não abria às segundas-feiras, mas mudaram o dia de não abrir para às terças-feiras, tinha uma fila pequena para a exposição Mestres do Renascimento, com obras magníficas de Rafael, Leonardo da Vinci, Michelangelo e outros não tão conhecidos, mas com obras realmente belas.







Fiquei encantada com tanta beleza. Vou repintar todos os meus quadros, pois vi, que tenho muito que aprender.
Sai de lá maravilhada, e logo na saída, tinha uma rapaz sozinho tocando violão, eu acho que era Garota de Ipanema. Continuei e na Praça do Patriarca havia uns índios, acho que eram peruanos, tocando flauta, achei lindo, mas precisava ir.
No caminho vi uma manifestação no Viaduto do Chá, estavam cobrando moradia pro Prefeito, havia um monte de barracas, todas lado a lado, acho que iam passar a noite lá. Havia alguns repórteres filmando e fotografando, pensei, talvez um dia eu também tenha que ficar aí na barraca pedindo moradia, sabe lá,  e fui no meu trajeto para ir até o outro Ama Especialidades, pra pegar a guia que precisava,  desci no Metrô Marechal, e caminhei em sentido ao Posto de Saúde, e de repente ouço uma voz divina, cantando. Quando me aproximei, era uma soprano (Mayra Terzian e Lucas Nogata, no piano), no Teatro São Pedro.








Gente, não tinha como não entrar no Teatro, pra ouvir aquela canção. Uma sala repleta, a moça cantava e todos aplaudiam muito.
Como alguém pode cantar tão lindamente? Pensei.
Isso é um dom de Deus, certamente.
Ouvi algumas músicas, mas precisava ir buscar o documento. Se pudesse ficaria ali o tempo todo ouvindo essa moça cantar, então saí do local, mas na esquina, ainda se ouvia aquela voz sublime.
Pensei, nossa, este dia tá mesmo diferente! 
Peguei o documento que precisava e fui no ponto de ônibus pegar meu ônibus. Passava todos, menos o que eu precisava.
Estava ficando aborrecida, quando vi dois rapazes, pintados de palhacinhos e uma moça pintada de oncinha. Estavam com camisetas escrito Mensageiros da Alegria e nas costas havia outra frase falando sobre o amor, achei que lembraria a frase, mas não lembrei.  Depois chegaram mais dois rapazes e outra moça, todos pintados e com as camisetas, com livros nas mãos. Eles conversavam com os motoristas dos ônibus pra ver se podiam falar, 2 entraram no ônibus, e os outros ficaram, chegou meu ônibus e os outros 2 entraram em outro ônibus. Acho que eles estavam divulgando os livros, mas não tenho certeza se era isso.
Depois, em frente ao Parque da Água Branca, vi os 2 primeiros palhacinhos esperando outro ônibus.
Nossa, nunca pensei que numa segunda-feira, que tinha tudo pra ser um dia muito chato, pelas consultas em médicos do SUS, fosse se tornar um dia tão especial.
Parece que fui guiada por mãos invisíveis hoje, pra ver que apesar de tanta violência, de tanta maldade, também há muita beleza ao nosso redor. Às vezes passamos com tanta pressa, que não percebemos as coisas boas, as positivas, que nos encantam, que fazem a vida valer a pena. Coisas que nos dão esperança que as coisas mudem para melhor.
Pena que não levei  minha máquina para fotografar tudo, também não imaginei que veria tanta coisa,  mas tenho alguns folhetos que vou postar para vocês.
Agradeci a Deus por estes momentos. Resolvi escrever, para que meus amigos possam ter um novo olhar sobre o lugar onde vivem. Que voltem a acreditar, a ter fé, que Deus está sempre no comando, mesmo que não possamos vê-lo.
Hoje eu tive um novo olhar sobre São Paulo, e tenho certeza de que verei muitas coisas boas por aí.
Redescubram seus lugares também!


Rosa Maria Dourado

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