sábado, junho 20, 2015

Gratidão


GRATIDÃO



Outro dia fui ao Sesc Pinheiros e vi este quadro com o desenho da King Bijuterias. Voltei ao passado, pois foi nesta empresa que comecei a trabalhar, o meu primeiro emprego, como aprendiz, pois tinha 14 anos.

Minha mãe ficou viúva, com 7 filhos, só a minha irmã mais velha para ajudar a criar todos nós. Quando meu pai faleceu, tinha 7 anos, a minha irmã mais nova tinha 3 anos.

Então quando completei 14 anos fiquei feliz em poder ajudar minha mãe. Um emprego onde ganharia meu dinheirinho, de forma digna, e que eu pudesse continuar estudando, agradeci muito a Deus por isso.

Era um ambiente alegre e respeitoso. Uma das minhas irmãs também trabalhava lá, ela vinha de uma outra empresa dos donos, a Lambretta, que havia fechado. Outros funcionários de lá também foram transferidos, para que não ficassem desempregados.

Nessa empresa, mesmo antes de ser comum ter os convênios, tinha um dentista que atendia a todos os funcionários. Tinha uma perua que vinha buscar a mim e mais outras meninas, e nos traziam de volta.

Até que houve um incêndio na King, não sei se acidental ou criminoso, mas acabaram fechando a empresa.

Alguns funcionários foram transferidos para uma outra empresa, o Grupo Financeiro Áurea, que ficava na Praça da República. Eu era uma delas.

Trabalhei um bom tempo lá, onde aprendi muito lá.  Mas era uma época onde a economia não andava muito bem, não sei bem o motivo, mas o Grupo foi vendido, e alguns funcionários foram transferidos para uma outra empresa, eu era uma delas novamente.

Trabalhava com alegria, pois gostava muito das pessoas com que convivia. Era tratada com muito carinho e respeito.

Só havia um probleminha. Minha mãe queria que estudasse, até tinha passado no vestibular, mas naquela época não havia metrô. Não dava tempo de ir saindo do trabalho para ir a faculdade.

Então, quando surgiu uma vaga na Sofunge, onde uma irmã minha trabalhava, que era perto de minha casa, minha mãe me pediu para ver se conseguia a vaga, para que pudesse continuar meus estudos.

Fui na empresa, consegui a vaga, e sai, muito a contragosto, da empresa onde fui tratada com muito carinho por todos.

Essa família a que me refiro, donos destas empresas que citei acima é a família Pascowitch. Admiro muito a sua trajetória, sua luta, a caminhada de muito trabalho, dos altos e baixos.

Trabalhei com o Dr. Paulo Pascowitch, Dr Milton e  Dr. José Adolfo Pascowitch. Pessoas do mais alto nível, a quem serei eternamente grata por me ajudarem no momento em que mais precisei.

Por mim, estaria trabalhando com eles até hoje, mas a vida nos leva para outros caminhos.

Há poucos dias, fiquei muito triste em ver o Dr. Milton e José Adolfo citados no envolvimento em crimes. Com certeza deve haver algum engano. Pessoas com um nome a zelar, que a vida toda trabalharam, que investiram neste país, agora são tratados como criminosos.

Será que voltamos aos tempos negros da ditadura, onde as pessoas são presas, torturadas e mortas, para só depois descobrirem que são inocentes.

Ninguém tem o direito de destruir a reputação de uma pessoa, sem ter provas concretas.

Está parecendo que estão querendo auxiliar a algum partido, para mostrarem que são melhores que o partido que está no poder.

Todos os dias a gente vê empresários sérios sendo presos. Será que estão prendendo os verdadeiros criminosos?

Tem tantos políticos que roubaram a vida toda, continuam por aí no poder.

Por quê eles não devolveram até agora o dinheiro que pertence ao povo. Ficam falando em rombo daqui e dali. Mas o povo é que sofre com isso, pois nenhum dos corruptos foram punidos.

Pra se pensar e tentar achar uma solução correta.

Rosa Maria Dourado



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