GRATIDÃO
Então quando completei 14
anos fiquei feliz em poder ajudar minha mãe. Um emprego onde ganharia meu
dinheirinho, de forma digna, e que eu pudesse continuar estudando, agradeci
muito a Deus por isso.
Era um ambiente alegre e
respeitoso. Uma das minhas irmãs também trabalhava lá, ela vinha de uma outra
empresa dos donos, a Lambretta, que havia fechado. Outros funcionários de lá
também foram transferidos, para que não ficassem desempregados.
Nessa empresa, mesmo antes de ser comum ter os convênios, tinha um dentista que atendia a todos os funcionários. Tinha uma perua que vinha buscar a mim e mais outras meninas, e nos traziam de volta.
Até que houve um incêndio
na King, não sei se acidental ou criminoso, mas acabaram fechando a empresa.
Alguns funcionários foram
transferidos para uma outra empresa, o Grupo Financeiro Áurea, que ficava na
Praça da República. Eu era uma delas.
Trabalhava com alegria,
pois gostava muito das pessoas com que convivia. Era tratada com muito carinho
e respeito.
Só havia um probleminha.
Minha mãe queria que estudasse, até tinha passado no vestibular, mas naquela
época não havia metrô. Não dava tempo de ir saindo do trabalho para ir a
faculdade.
Fui na empresa, consegui a
vaga, e sai, muito a contragosto, da empresa onde fui tratada com muito carinho
por todos.
Essa família a que me
refiro, donos destas empresas que citei acima é a família Pascowitch. Admiro
muito a sua trajetória, sua luta, a caminhada de muito trabalho, dos altos e baixos.
Trabalhei com o Dr. Paulo
Pascowitch, Dr Milton e Dr. José Adolfo
Pascowitch. Pessoas do mais alto nível, a quem serei eternamente grata por me
ajudarem no momento em que mais precisei.
Por mim, estaria
trabalhando com eles até hoje, mas a vida nos leva para outros caminhos.
Há poucos dias, fiquei
muito triste em ver o Dr. Milton e José Adolfo citados no envolvimento em
crimes. Com certeza deve haver algum engano. Pessoas com um nome a zelar, que a
vida toda trabalharam, que investiram neste país, agora são tratados como
criminosos.
Será que voltamos aos
tempos negros da ditadura, onde as pessoas são presas, torturadas e mortas,
para só depois descobrirem que são inocentes.
Ninguém tem o direito de
destruir a reputação de uma pessoa, sem ter provas concretas.
Está parecendo que estão
querendo auxiliar a algum partido, para mostrarem que são melhores que o
partido que está no poder.
Todos os dias a gente vê
empresários sérios sendo presos. Será que estão prendendo os verdadeiros
criminosos?
Tem tantos políticos que
roubaram a vida toda, continuam por aí no poder.
Por quê eles não
devolveram até agora o dinheiro que pertence ao povo. Ficam falando em rombo
daqui e dali. Mas o povo é que sofre com isso, pois nenhum dos corruptos foram
punidos.
Rosa Maria Dourado
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